Reciclagem no Brasil: como funciona?

A reciclagem no Brasil ainda não é suficiente para suprir a quantidade de lixo produzida no país. Segundo estudo do Ipea de 2017, apenas 13% dos resíduos sólidos urbanos produzidos aqui vão para reciclagem. Além disso, nós geramos muito mais lixo continuamente, e nossa infraestrutura para lidar com ele não consegue acompanhar esse avanço. Então, o que fazer?

Neste post, você vai entender mais sobre o processo de reciclagem e a importância que ele tem para a sustentabilidade do País:

Por que a falta de reciclagem no Brasil ainda é um problema?

Segundo o mesmo estudo do Ipea, o Brasil produz em média 160 mil toneladas diárias de resíduos sólidos — 30% a 40% são considerados potencialmente reaproveitáveis para reciclagem. Parece um número baixo, mas é só considerarmos o tipo de lixo gerado diariamente no País:

  • 57,41% de matéria orgânica (sobras de alimentos, comida fora do prazo de validade, lixo de banheiro);
  • 16,49% de plástico;
  • 13,16% de papel e papelão;
  • 2,34% de vidro;
  • 1,56% de ferro;
  • 0,51% de alumínio;
  • 0,46% de inertes (que não sofrem alterações químicas, físicas e biológicas quanto descartados — entulhos de construção civil, por exemplo);
  • 8,1% de outros materiais.

Em 2018, 79 milhões de toneladas de lixo foram geradas. É por isso que o País é campeão em produção de resíduos na América Latina. O problema é que 40,5% desse total foi despejado em locais inadequados, como lixões e aterros controlados, que não contam com medidas necessárias para proteger a saúde da população e do meio ambiente.

E o problema tende a piorar: acredita-se que o Brasil alcançará uma geração anual de 100 milhões de toneladas até 2030. 

O problema, em si, não está nas cooperativas de reciclagem de lixo, e sim na falta de cultura e incentivo no País para que haja uma coleta seletiva na fonte, ou seja, dentro de casa. Além disso, não há uma sensibilização para que a população consuma produtos mais sustentáveis.

Como a reciclagem é feita no Brasil?

Para um setor com tão baixo incentivo, o cenário não é tão negativo. A reciclagem não só evita o aumento de lixo descartado incorretamente, como auxilia bastante na economia nacional. Isso porque ela representa menos gastos com a produção de novos recursos e também reinsere profissionais no mercado de trabalho.

Segundo o Anuário da Reciclagem realizado pela Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Ancat), a Pragma Soluções Sustentáveis e a LCA, a reciclagem gerou R$70 milhões entre 2017 e 2018.

No Brasil, a reciclagem passa pelas seguintes fases:

Coleta

A coleta de lixo é de responsabilidade das prefeituras exceto para grandes geradores de lixo — locais que produzem mais de 200 litros ou 50 kg de resíduo por coleta. Porém, não há uma obrigação de que as cidades façam coleta seletiva, já que, teoricamente, o custo é maior e os caminhões não voltam totalmente cheios.

Outra forma de coleta é a feita por catadores autônomos, que recolhem os resíduos manualmente e o vendem para aparistas e sucateiros.

Triagem

É o momento de separação daquilo que pode ou não ser reaproveitado. Quando pode ser reciclado, o material é enviado para o reciclador fazer a valorização, mas em locais com coleta seletiva, a triagem já acontece no momento do descarte. 

Depois, os materiais secos são levados pela coleta seletiva até uma organização de triagem, que vai separá-los por tipo (papel, alumínio, vidro) e vendê-los para o reciclador.

Valorização

Aqui é a fase em que o material reciclável será tratado pelos recicladores. Cada profissional é especialista em um tipo de resíduo, já que o processo de reciclagem varia bastante entre um e outro. Além disso, o preço pago também muda bastante, mas costuma ser influenciado por potencial de utilização e custo do material alternativo. 

O ideal é que o material feche o ciclo economia circular, ou seja, volte a ser utilizado no seu objetivo inicial.

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