Lixo industrial: o que é?
A produção diária de lixo no Brasil é absurda: é o quarto maior produtor no mundo, com 79 milhões de toneladas apenas em 2018. Grande parte desse lixo é doméstica e pode ser reciclada. No entanto, há um problema que muitas cidades não oferecem ao cidadão uma forma de solucioná-lo: o lixo industrial.
É muito comum vermos resíduos industriais jogados em terrenos baldios. Mas esse, logicamente, não é a melhor forma de se livrar dele. Neste post, você vai entender o que é lixo industrial e como descartá-lo corretamente:
O que é lixo industrial?
É aquele produzido pelo setor secundário, ou seja, pelas indústrias, responsável por inúmeros produtos e serviços:
- manufatura de bens de consumo;
- processamento de alimentos;
- produção petroquímica;
- produção de plástico;
- produtos químicos;
- papel e celulose;
- mineração.
Alguns exemplos de lixo industrial são produtos químicos, borracha, plásticos, madeira, tecidos, papéis, cinzas, metais, vidros, gases e óleos.
Para a produção desses bens, a indústria utiliza matéria-prima, como o ferro, a água e a madeira, mas esses processos produzem uma enorme quantidade de lixo, que pode ser inofensivo ou tóxico.
Alguns exemplos de lixo industrial perigosos para a saúde são os metais (mercúrio e cádmio, por exemplo), cianureto, pesticidas, solventes e amianto.
Como as indústrias costumam descartar seu lixo?
Infelizmente, grande parte das indústrias brasileiras não se responsabiliza pelo descarte correto dos seus rejeitos. Materiais sólidos costumam ser amontoados em depósitos, enquanto os líquidos são despejados nos rios e mares. Por fim, os resíduos gasosos saem pelas chaminés e contaminam o ar.
O problema é que parte desse lixo é tóxica e, pior, não biodegradável. Mas como a indústria não sabe lidar com ele, acaba o eliminando no meio ambiente, mesmo com a consciência de que ele não será absorvido.
Quanto mais se enterra esse lixo, mais os ciclos naturais são ameaçados e o ambiente é poluído.
Como é feito o descarte do lixo industrial?
O descarte do lixo industrial depende de sua classe:
- 1: resíduo perigoso (contaminante e tóxico);
- 2: resíduo não inerte (possivelmente contaminante);
- 3: resíduo inerte (não contaminante).
A partir daí, há diferentes formas de fazê-lo:
- coprocessamento: transforma os resíduos em combustível para fornos das indústrias cimenteiras, mas sem gerar gases poluentes;
- incineração: destrói o lixo da classe I, que é formado por resíduos corrosivos, reativos, tóxicos, inflamáveis ou patogênicos;
- aterramento: também é uma forma de descarte para resíduos da classe I. No entanto, o aterro precisa seguir as normas da secretaria municipal de cada cidade, que destina uma área própria para o lixo industrial.
- beneficiamento de resíduos: destrói, de forma térmica, os itens contamináveis, como óleo e resíduos sólidos.
Reciclagem
Grande parte do lixo industrial é não contaminante. Portanto, pode ser segmentado e enviado para cooperativas de reciclagem.
Sistema de logística reversa
Um dos pontos mais importantes da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o sistema de logística reversa é uma forma de descarte em que indústria, empresa, poder público e consumidor se responsabilizam pelos resíduos.
A lei prevê prevê logística reversa para seis tipos de produtos, já que seu descarte incorreto coloca em risco a saúde da população: produtos eletroeletrônicos, óleos lubrificantes, pilhas e baterias, agrotóxicos, lâmpadas, pneus.
Mas a inserção de medicamentos, embalagens e outras categorias está sendo negociada entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o setor produtivo.